Data: 11/11/2011
Verba será usada para desenvolver produtos, ampliar e construir fábricas e instalar centro de pesquisa no Rio de Janeiro
Dentro de sua estratégia de dobrar o faturamento no Brasil, para US$ 6 bilhões, a General Electric (GE), uma das maiores companhias de infraestrutura do mundo, anunciou ontem no Rio de Janeiro um pacote de investimentos no país que soma US$ 400 milhões (R$ 678,8 milhões), para os próximos três anos. O objetivo é encurtar o prazo para alcançar a meta, de quatro para três anos.
O dinheiro será usado no desenvolvimento de produtos, ampliação da capacidade instalada de fábricas, construção de novas unidades e capacitação de pessoal. No evento de anúncio, que contou com a participação de presidentes mundiais de diversas divisões da companhia americana e de autoridades públicas brasileira, também foi oficializada a escolha do Rio de Janeiro para instalação do quinto centro mundial de pesquisa e desenvolvimento (P&D) da companhia no mundo, que custará outros US$ 100 milhões (R$ 169 milhões) e terá uma universidade corporativa, para formação de pessoal, atrelada a ele.
A escolha do Rio de Janeiro para instalação do centro de P&D encerra uma disputa que tinha no páreo cidades como Belo Horizonte, São Paulo, São José dos Campos e Campinas (SP), reconhecidas por abrigarem centros de excelência universitária no país. Segundo João Geraldo Ferreira, presidente da GE no Brasil, foi determinante a proximidade comclientes e centros de pesquisa como o Cemp, da Petrobras. Dos novos investimentos, US$ 200 milhões (R$ 339 milhões) irão para negócios da GE nas divisões de energia e óleo e gás. Um dos principais projetos nesta área será a expansão da fábrica dos equipamentos chamados “árvores de natal” e cabeças de poços, usados na exploração de petróleo em alto mar, que a companhia mantém no interior de São Paulo.
Lá, segundo Claudi Santiago, presidente mundial de óleo e gás da GE, será desenvolvida e fabricada uma nova geração de equipamentos do gênero, capaz de atender exigências tecnológicas de exploração do pré-sal. Outro projeto é a expansão do centro de manutenção em Macaé, no litoral fluminense, para adequar a unidade ao potencial de demanda. Com as ampliações de capacidade e o apoio do centro de pesquisa no Rio de Janeiro, a GE espera transformar o Brasil em um de seus principais polos de desenvolvimento de novas tecnologias para a exploração de petróleo e gás em águas profundas.
Outros US$ 200 milhões serão destinados à expansão de outras áreas de negócios, como a de equipamentos de saúde, de aviação, de transportes e de iluminação. Em transporte, a GE é hoje a única fabricante de locomotivas do país. Mas quer estender sua atuação e fabricar VLTs (Veículo Leve sobre Trilhos), metrôs e trens de passageiros. Segundo Lorenzo Simonelli, presidente mundial da divisão de transportes, até o final de 2011, o foco de investimentos de US$ 35 milhões a US$ 50 milhões serámesmo o segmento de transporte de cargas, no qual a companhia já está estabelecida.
Mas, a partir de 2012, estão nos planos a expansão do portfólio produzido localmente e a eventual construção de uma nova fábrica. Entretanto, se a companhia vencer a disputa para a construção do trem-bala brasileiro (tem um projeto em parceria com fabricantes chineses de componentes e negocia a entrada emconsórcio comconstrutores brasileiros), Simonelli diz que os investimentos poderão chegar a “centenas e centenas” de milhões.