Data: 26/11/2010
O gás natural descoberto na bacia do rio São Francisco, em Morada Nova (região Central), deverá ter impactos profundos na economia mineira, segundo avaliação do subsecretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Paulo Sérgio Machado Ribeiro, Segundo ele, o combustível, que ainda pode estar presente em outros blocos que serão prospectados, reduzirá a concentração do perfil econômico do Estado no setor mínero-siderúrgico. Fora isso, as jazidas representam perspectivas de redução nos preços do gás que atualmente é fornecido pela Petrobras e distribuído pela Gasmig, informou Ribeiro.
A exploração de gás natural na bacia do rio São Francisco, em Morada Nova, na região Central do Estado, vai mudar o perfil da economia de Minas Gerais. A avaliação é do subsecretário de Desenvolvimento Mínero-Metalúrgico e de Política Energética da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico - Sedei, Paulo Sérgio Machado Ribeiro.
Segundo ele, apesar de as dimensões da reserva ainda não terem sido confirmadas, o que deve acontecer até o fim deste ano. a exploração, comercialização e utilização do combustível poderão diversificar a economia do Estado, hoje concentrada na mineração e siderurgia e na produção e exportação de commodities. como o minério de ferro e o café, que representam juntos mais da metade dos embarques mineiros.
"A exploração e a venda do gás natural de Morada Nova e a perspectiva de os outros blocos da região também terem grandes reservas abrem uma grande possibilidade para a diversificação econômica, agregação de valor às cadeias produtivas e geração de emprego afirmou o subsecretário, citando como exemplo a indústria de fertilizantes. "O gás tem múltiplas aplicações. E uma delas é suprir grande parte do consumo brasileiro de potássio, que é 95% importado. A produção de potássio no Norte de Minas era economicamente inviável, mas o uso da nova matriz energética a possibilitará".
A exploração, comercialização e utilização do gás poderão diversificar a economia do Estado, hoje concentrada na mineração e siderurgia e no café, para separar o insumo da estrutura cristalina do mineral e poder viabilizar a atividade na região", exemplificou.
Ribeiro revelou que a brasileira Amazon Mining já tem um projeto, denominado Cerrado Verde, que será implantado em São Gotardo, no Alto Paranaíba, para a produção de potássio. "O investimento será capaz de abastecer grande parte da demanda nacional", ressaltou.
O subsecretário lembrou ainda que a utilização do gás na cadeia de fertilizantes beneficiará a produção de diversos outros produtos químicos. Neste sentido, ele citou o aporte de US$2 bilhões da Petrobras na construção de uma planta de uréia e amônia em Uberaba, no Triângulo Mineiro.
Além disso. Ribeiro destacou que a comercialização do insumo pode derrubar os preços cobrados atualmente pela Petrobras, única produtora no país, favorecendo a redução dos custos da indústria. A estatal cobra USS 9 por milhão de Btu para utilização do gás no mercado doméstico, enquanto que no ambiente externo o insumo é vendido um terço deste valor explicou.