Data: 03/11/2010
Volkswagen e Mitsubishi são duas das montadores que já investem em energia própria para baratear custos da produção e de seus fornecedores, de olho no mercado de elétricos no Brasil.
Há duas semanas, a Mitsubishi inaugurou uma hidrelétrica em Catalão (GO), onde tem fábrica no país. A montadora também apresentou ao presidente Lula o MiEV, modelo 100% elétrico, em exibição no Salão do Automóvel, em São Paulo.
A Volks anunciou a construção de sua segunda central hidrelétrica, com investimento total de R$ 143 milhões. A inauguração é prevista para 2013. "Os investimentos que estão sendo feitos mostram que as empresas estão atentas para criar condições para reduzir custos e viabilizar carros com tecnologias alternativas", diz Marcelo Schwob, engenheiro da divisão de energia do INT (Instituto Nacional de Tecnologia), ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).
Para Ronaldo Mota, secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do ministério, os carros sustentáveis devem chegar ao país no médio prazo. "Os veículos híbridos elétricos (aqueles que utilizam um combustível renovável, como etanol, e ao menos um motor elétrico para sua tração) despontam como uma das melhores alternativas tecnológicas para o carro elétrico, ao proporcionarem mais eficiência, economia e autonomia em comparação com o elétrico puro", afirma.
"O Brasil reúne todas as condições para se tornar um líder mundial em carros híbridos elétricos baseados em biocombustíveis", diz Mota. Destaca ainda que é preciso reduzir a alíquota de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para incentivar a produção de veículos elétricos -hoje, é de 25%.
O Brasil ainda não definiu um plano de incentivos para modelos híbridos e elétricos. Foram destinados R$ 10 milhões para pesquisas iniciais. Não há consenso no setor. Parte da indústria automotiva defende projetos com motores híbridos biocombustíveis -por causa da tecnologia flex desenvolvida no país. Parte quer modelos 100% elétricos.