Fonte: Eduardo Kattah - O Estado de S.Paulo
14/12/2010
A MMX anunciou ontem um plano de investimentos para a expansão de seus projetos de minério de ferro na região de Serra Azul e no município de Bom Sucesso, ambos em Minas Gerais. Ao todo, os investimentos no chamado Sistema Sudeste devem chegar a R$ 5 bilhões até 2016.
O Conselho de Administração da empresa de mineração e metálicos do grupo EBX, do empresário Eike Batista, aprovou o desembolso de R$ 3,5 bilhões para expandir de 8,7 milhões de toneladas por ano para 24 milhões de toneladas por ano a capacidade de produção das minas Tico-Tico e Ipê, na região de Serra Azul. O programa aprovado prevê a construção de nova planta de beneficiamento, terminal ferroviário e dez quilômetros de correia transportadora para ligar a mina ao terminal. Segundo a MMX, o investimento será de US$ 79 por tonelada.
Na unidade de Bom Sucesso, localizada no município de mesmo nome, na região centro-oeste do Estado, a companhia aprovou um indicativo de investimento de R$ 1,5 bilhão (US$ 81 por tonelada). A MMX espera, até 2015, estar produzindo até 10 milhões de toneladas anuais na mina de céu aberto.
A principal aposta da mineradora, contudo, está reservadas para as minas de Serra Azul, onde a empresa pretende atingir suas metas de produção com eventuais novas aquisições e "sinergias" que envolvam o Porto do Sudeste, em Itaguaí (RJ) - a exemplo do acordo firmado no mês passado com a Usiminas para operações conjuntas na Mina Pau de Vinho, da siderúrgica.
O presidente da MMX, Roger Downey, adiantou que a companhia tem "planos ambiciosos" para até aumentar a meta de produção anunciada ontem para as minas de Serra Azul. Por isso, a empresa já projeta, antes mesmo do início da operação - previsto para o ano de 2012 -, dobrar sua capacidade. A capacidade de operação do terminal portuário, de 50 milhões de toneladas/ano, já está praticamente comprometida com o projeto Sudeste da MMX (até 36 milhões de toneladas) e pelo contrato assinado recentemente com a Usiminas (12 milhões de toneladas).
"Nós já apertamos o botãozinho verde para levar essa capacidade para 100 milhões de toneladas (por ano). Fizemos uma aquisição de área e estamos buscando as novas licenças necessárias para ampliar esse porto. Nós temos hoje segurança de que há mais minério e projetos para investir aqui em Minas Gerais", afirmou Downey.
Consolidação. Depois de fechar parceira com a Usiminas, a MMX espera novas operações de consolidação na região de Serra Azul. Roger Downey previu que os próximos dois anos serão ricos em consolidações e que o foco da MMX será a busca de parcerias para ampliar suas atividades na região.
"Quem quer fazer toda a parte de logística, deve correr para assinar um contrato conosco. Porque, no final, talvez não haja porto para todos. A disponibilidade é limitada", disse. Em setembro, a MMX comprou da LLX, também do grupo EBX, o Porto Sudeste. Downey ressaltou que, com o crescimento das atividades na região, algumas empresas vão acabar "ficando para trás" e tendo de procurar outro porto para escoar sua produção.
O executivo não descartou novas compras na região - atualmente, restam três ativos significativos na Serra Azul que ainda não passaram para as mãos de grandes grupos: Minerita, MBL e Comisa. Ele ressaltou, porém, que a empresa pretende aproveitar os recursos logísticos para novas parcerias. "Se tiver de fazer aquisições, faremos aquisições, mas o importante mesmo é que Serra Azul seja vista como uma operação integrada e unificada."