O primeiro a chegar será o Maersk Lima, que escala no porto de Sepetiba (RJ) no dia 17 de maio e no de Santos no dia 19. A frota deverá estar completa até agosto.
As embarcações pertencem à classe que o armador convencionou chamar de Sammax: "Sam", de South America; e "Max", de "maximum". Os seis navios integram uma encomenda de 16 unidades construídas em um estaleiro da Coreia do Sul para atender os portos nacionais - as dez embarcações restantes também serão destinadas a rotas com a América Latina, ainda indefinidas.
De acordo com a gerente da Maersk no Brasil, Anna Mendes, a estratégia foi ampliar a largura da embarcação para não aumentar tanto o calado (de 12,5 metros), de forma a facilitar o acesso aos principais portos da região, muitos dos quais em processo de aprofundamento. Por enquanto, além de Sepetiba e Santos, está garantida escala em Paranaguá (PR). Do Brasil, a rotação segue para África e depois retorna à Ásia.
Os Sammax foram construídos dentro do programa de sustentabilidade da Maersk, que estabeleceu como meta reduzir em 20% as emissões de gases geradores do efeito estufa até 2017 por contêiner. O motor conta com sistema de recuperação de calor para viabilizar a produção de energia extra, consumindo menos combustível - item que representa até 50% dos custos da viagem.
Segundo cálculos da Maersk, um navio Sammax poupa o equivalente a 5.182.781 gramas de CO2 por Teu em uma volta ao mundo. Em outros termos, o equivalente ao que é lançado por 600 mil carros que percorrem distância de 100 quilômetros.
Hoje, a Maersk realiza o tráfego para a Ásia em um serviço semanal conjunto com a Hamburg Süd. No total, são 12 porta-contêineres - metade de cada companhia - com oferta nominal de 5.500 Teus. Com a substituição dos 12 navios, o serviço terá incremento de 37,2% na oferta de espaço, chegando a 90,6 mil Teus.
Antes da crise de 2008, vários armadores fizeram encomendas a estaleiros de olho no tráfego com o Extremo Oriente. A maior parte das embarcações está sendo entregue neste ano, o que tem colocado em alerta o mercado que teme uma superoferta de capacidade e, consequentemente, pressão sobre os fretes. Desde o fim de 2010 os valores nos serviços com Ásia têm caído, depois da recuperação iniciada em 2009. No tráfego entre o Extremo Oriente e a Europa a queda foi de 54%. Um contêiner de 40 pés era cotado em US$ 4.328 em março de 2010. Hoje, está saindo a US$ 1.984.
O mesmo se repete nos serviços entre a Ásia e a Costa Leste da América do Sul. Há um ano um contêiner importado da China para o Brasil custava US$ 4.500. Hoje, é pode fechar o frete por US$ 1.900. Segundo dados da consultoria Datamar, as importações marítimas brasileiras a partir de Pequim saltaram 42% na comparação entre fevereiro de 2010 e o mesmo mês deste ano, alcançando 51.337 Teus. Na exportação, a mesma coisa. Há um ano, um contêiner do Brasil para a China estava cotado em US$ 1.300. Hoje, o embarcador não terá dificuldade em conseguir enviar a carga por US$ 800.
Fonte: Valor Econômico
Data: 13/04/2011