Asperspectivas para 2011 são de cotações mais altas (até o pico deUS$ 100 o barril) e de demanda ainda bastante aquecida. As conclusõessão de estudo da consultoria Ernst & Young, obtido pela Folha.
Ocenário favorável, diz a consultoria, permitiu o crescimento de 50%no número de fusões, aquisições e associações entre empresas dosetor. Somente em ofertas públicas de ações foram registradas 45aberturas de capital em Bolsas do mundo (como o a da brasileira HRT),ante apenas 17 em 2009.
Os IPOs (ofertas iniciais de ações, nasigla em inglês) movimentaram US$ 11 bilhões -em 2009, o valorhavia sido de US$ 1,6 bilhão.
"O que se viu foi uma retomadaconsistente do setor em 2010, puxada principalmente pelo consumo dospaíses emergentes, liderados pela China", afirma Carlos Assis,sócio da Ernst & Young, responsável pelo setor de óleo e gásno Brasil.
Para garantir o suprimento de petróleo no longo prazoe assim sustentar seu crescimento econômico, as estatais chinesasprocuram negócios ao redor do mundo. No fim de 2010, a Sinopeccomprou uma fatia de 40% dos negócios da espanhola Repsol por US$7,1 bilhões.
Assis diz que as fusões e as aquisições de 2010envolveram ativos (reservas de óleo, refinarias etc.) e empresas depaíses desenvolvidos, mas sempre impulsionadas pelo cenário demaior consumo nos emergentes.
REFINOE DISTRIBUIÇÃO
Outro movimento detectado foi a saída dasgrandes companhias privadas internacionais das atividades de refino ede distribuição -tendência que vai na contramão da Petrobras, queinveste em cinco novas refinarias e na sua rede postos.
Exxon eChevron, por exemplo, venderam suas redes de postos no Brasil nosúltimos anos.
"Para a Petrobras, faz sentido porque uma desuas missões é atender ao mercado interno, e há a perspectiva deaumento da produção de óleo com o pré-sal", ressaltaAssis.
A estatal brasileira argumenta que a maior parte de suareceita vem do mercado doméstico, onde consegue as melhores margensde lucro no conjunto das operações -apesar do refino ter baixoretorno em alguns períodos.
Para Assis, um dos desafios daPetrobras no pré-sal será o maior risco operacional por conta dascondições adversas (maior distância e profundidade das reservas) eda exigência, imposta pelo novo marco regulatório, de a estatal sera única operadora com 30% dos consórcios.
Ou seja, ficará acargo dela todo o gerenciamento da prospecção e produção de óleoe gás. "Com mais operadoras, o risco é diluído."
Fonte:Folha de S.Paulo
Data: 21/01/2011